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Ter Miastenia é estar preso no próprio corpo,
Mas livre no coração.
Ter os movimentos restritos,
Aprender a se guiar pela emoção.
Às vezes da vontade de exteriorizar a angustia em grito.
Essa inércia que prende o corpo e a alma,
O obriga a ficar parado, lento, quieto...
A palavra se cala,
E mesmo querendo quebrar a quietude,
Os lábios se fecham numa falsa calma.
É saber não ser mudo,
Mas ter tolhida a palavra.
Os olhos querem vislumbrar o mundo,
Por baixo de pálpebras já tão cansadas.
Parece eterno cada segundo,
Que tentamos ver o rosto d’uma pessoa amada.
Às vezes o abraço fica difícil,
As pernas não nos levam pra dançar,
O corpo todo fica impreciso,
Da vontade de chorar.
Parece que nunca mais vamos sair disso.
O abraço se perde...
A palavra se cala...
A comida já não desce...
A boca recusa a fala...
As pernas não obedecem...
Parece que o corpo todo esmoesse, amolece, padece...
Mas temos o tempo a nosso favor,
Temos tempo pra pensar,
Aproveitamos cada momento,
Pra cultivar o amar,
Pra saborear o minuto,
Observar a vida passar,
Sem deixar que ela nos leve.
Não perder a oportunidade de gargalhar,
De sorrir, de viver,
De sentir uma lágrima rolar....
Ter certeza que não estamos aqui para perder!
E a Miastenia nos ensina a ganhar.
Estabelecendo o limite do corpo,
Respeitando nossa vontade.
Conquistar o que queremos pouco a pouco,
Com calma e passividade.
Aproveitar cada minuto da vida,
Pois hoje sei que Deus me marcou,
Pra não me perder de vista.
Autora: Regiane Silva
http://miasteniaebordados.blogspot.com.br/
Um comentário:
Poema lindo, emocionante e muito tocante. Bom dia querida e grande bj.
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